Anti sindicalismo disfarçado de gestão
- Consórcio de DSs

- 4 de jun.
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Enquanto a Diretoria Executiva Nacional (DEN) do Sindireceita se cala ou se esconde atrás de videoconferências hiper controladas, onde a discordância e o contraponto são fragmentados entre intermináveis respostas-discurso de diretores, enquanto manobra o tempo e a lógica para forçar a aprovação do Indicativo 2 da AGNU, uma não-proposta do MGI, as Delegacias Sindicais seguem lutando, sozinhas, sem qualquer apoio ou coordenação, desautorizadas e desrespeitadas pela direção nacional.
Ontem, dia 03/06, Analistas Tributários da Delegacia Sindical de Fortaleza protagonizaram uma operação padrão de impacto: todos os passageiros de voos internacionais foram fiscalizados no Aeroporto Pinto Martins, gerando filas, mobilização da equipe e ampla repercussão na imprensa. Nesta madrugada de 04/06, a Analistas da Delegacia Sindical da Alfândega do Galeão iniciaram um nova fase da mobilização, inspecionando rigorosamente todos os voos procedentes dos Estados Unidos. E, ainda hoje, às 15h50, Analistas da Alfândega de Confins, da Delegacia Sindical de Belo Horizonte, realizarão operação padrão no voo da TAP, vindo de Lisboa, no Aeroporto de Confins. Na quinta feira, equipes de atendimento regional de Minas Gerais, com iniciativa de Analistas da Delegacia Sindical de Juiz de Fora, suspendem o atendimento via chat, e-mail e emissão de CND, impactando todo o estado.
Essas ações estão sendo organizadas de forma independente pelas Delegacias Sindicais, com base técnica, responsabilidade e amparo legal. São mobilizações legítimas, sustentadas pelo engajamento dos Analistas Tributários que não aceitam o desmonte da carreira e a inércia de quem deveria estar à frente, coordenando, apoiando e incentivando.
A DEN, por sua vez, não só se exime de liderar como atua contra a mobilização. Não instituiu comando nacional, não organiza comandos locais, não tem plano estratégico, não deu respaldo às Delegacias Sindicais. Pelo contrário: desmobiliza a categoria, desautorizando e escondendo o trabalho das Delegacias Sindicais e tenta, sorrateiramente, aprovar um indicativo de votação confuso, juridicamente duvidoso e que pode encerrar a negociação com o governo sem garantir ganho real à categoria, com discurso que se contradiz a cada semana.
Isso não é apenas omissão. É anti-sindicalismo disfarçado de gestão. É a destruição silenciosa da capacidade de mobilização dos Analistas Tributários. É transformar um sindicato nacional em um cartório político a serviço de interesses internos.
O Consórcio de Delegacias Sindicais repudia com veemência esse modelo de condução. A luta por valorização exige seriedade, clareza e verdade. A luta exige coragem. O que está em curso não é somente uma negociação salarial é uma ruptura com quem representa de fato os Analistas Tributários da Receita Federal.
Estamos vendo quem está na luta. E quem está nos bastidores, contra a luta.
A base não será calada. A mobilização continua. E a verdade não será enterrada sob uma "ressalva" entre parênteses.




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